A Estação Rodoviária
Por Juliana Suzuki
A antiga Estação Rodoviária de Londrina, depois de 64 anos de sua inauguração, ainda se destaca na paisagem londrinense. Projetado pelos arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi entre 1948 e 1950, e inaugurada em 1952, o edifício foi concebido para ser, desde o início, um marco de modernidade na cidade.
Sua construção distingue-se também por seu pioneirismo na utilização de grandes planos envidraçados e pelo uso extensivo do concreto armado, material ainda pouco utilizado na região à época. Contudo, apesar das linhas arrojadas, a rodoviária também recebeu críticas dos usuários por ser pequena para a demanda e por pouco proteger os passageiros que aguardavam os ônibus nas plataformas de embarque.
Mas as críticas negativas foram poucas em comparação ao impacto que teve, e não somente no âmbito regional: a Estação Rodoviária foi publicada em um livro de circulação internacional denominado Modern Architecture in Brazil, de autoria de Henrique Mindlin, em 1956. O reconhecimento de sua importância foi consolidado por seu tombamento pela Coordenação do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura do Estado do Paraná, em 1974. Foi a primeira obra de arquitetura moderna a receber proteção no Estado.
Depois de retirada a função original, que foi transferida para o atual terminal rodoviário, o edifício abriga, desde 1993, o Museu de Arte de Londrina. Para tanto, sofreu algumas alterações, a fim de acomodar a nova atividade. Atualmente, seu estado de conservação requer cuidados para que continue a ser, para sempre, testemunho de importante período para a história de Londrina e do Norte do Paraná.
Juliana Suzuki
Arquiteta formada pela Uel – Mestre e Doutora pela FAU-USP e Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR