O primeiro arranha-céu de Londrina
Por Juliana Suzuki
Quem passa apressado pelo início do calçadão de Londrina provavelmente não deve notar um prédio discreto em meio a tantos outros que compõem o cenário da área central. Ele, contudo, possui um papel importante na história londrinense: trata-se do edifício Santo Antônio, o primeiro arranha-céu da cidade.
Projetado em 1949 pelo arquiteto alemão PhilippLohbauer (1906-1978) – responsável por várias obras na cidade, entre elas o desenvolvimento do projeto das torres sineiras da antiga Igreja Matriz – para a firma paulista Empresa de Construções Brasil, o Santo Antônio foi um marco na paisagem londrinense. O edifício tinha uso misto, com base comercial e torre residencial composta de dois blocos com apartamentos de três dormitórios. Em um local ainda pouco adensado, onde predominavam as pequenas construções, ser morador desse endereço era símbolo de status social e econômico. Àquela época, era conhecido como “Edifício das Viúvas”, menção ao estado civil de boa parte das moradoras, que escolhiam residir em apartamentos por ser “mais seguro”.
Com o passar do tempo, o Santo Antônio foi obscurecido pela rápida verticalização da cidade. O prestígio desvaneceu-se com o passar do tempo. Mas um olhar atento pode perceber seus belos detalhes arquitetônicos, testemunhas dos tempos áureos da capital mundial do café.
Edifício Santo Antônio – Londrina, PR
Juliana Suzuki
Arquiteta formada pela Uel – Mestre e Doutora pela FAU-USP e Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR